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Pesquisador do FGV IISR apresenta pesquisa sobre seguros paramétricos em evento com o BID

Pesquisa desenvolve manual para municípios se adaptarem e mitigarem extremos climáticos

O pesquisador do Instituto de Inovação em Seguros e Resseguros (FGV IISR), Gesner Oliveira, apresentou um projeto de seguros paramétricos para extremos climáticos durante o evento "De Potencial a Impacto: implementação da estratégia de apoio do BID ao Brasil", que ocorreu em 3 de abril na FGV em São Paulo. O evento contou com a presença de pesquisadores e representantes do BID, além de organizações da sociedade civil, com o objetivo de debater a Estratégia País com o Brasil, que vai embasar as ações do Banco até 2027. O documento é dividido em três pilares e busca impulsionar o desenvolvimento econômico e sustentável.

No painel cujo objetivo era detalhar o Pilar 2 da Estratégia do BID – com foco em acelerar o crescimento por meio de instituições fortes e maior produtividade – Gesner Oliveira introduziu uma estratégia dos municípios para adaptação e mitigação de extremos climáticos. O projeto surgiu diante das projeções de seca e inundações, que se tornarão cada vez mais frequentes perante as mudanças climáticas, e também devido à carência de serviços de drenagem e saneamento básico.

O percentual do efluente do esgoto doméstico que é utilizado para reuso de água é muito pequeno no Brasil, apenas 1,5% dessa água é tratada. Para níveis de comparação, países como a China e Austrália alcançam cerca de 10%. De acordo com o pesquisador, o Brasil tem potencial de alcançar o mesmo percentual de água tratada.

“A combinação saneamento ambiental, seguro paramétrico e securitização pode oferecer soluções muito interessantes para municípios e nosso trabalho busca explorar isso para facilitar a capacitação dos municípios em obter no mercado de seguros um produto dessa natureza”, declarou Oliveira.

A pesquisa está sendo aplicada no município de Ribeirão Preto, onde foram estudadas características de chuva e estiagem em determinados períodos críticos para identificar quando haveria indenização.

“Por exemplo, com um valor de prêmio da ordem de R$ 3,5 milhões, o município receberia R$ 100 milhões de indenização se houvesse um período longo de seca, isso seria previamente definido. Com métricas adequadas de reuso de água poderíamos reduzir esse prêmio para R$ 2,5 milhões com a mesma indenização”, explicou o pesquisador, ao complementar que o projeto está desenvolvendo um manual que demonstra como dar uma proteção com um prêmio menor para um determinado município.

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